Fundador da Barbearia do Zé revela planos da rede para o futuro
Seu José Reis era um bom sujeito. O bigodinho sempre bem aparado e o rosto simpático eram um convite ao bate-papo. O ex-porteiro do Hotel Bragança serviu de inspiração para uma das marcas mais conhecidas da cidade. Com cinco lojas abertas e 80 profissionais, a Barbearia do Zé tem planos ambiciosos para o futuro. A empresa, que ganhará duas novas unidades até dezembro, planeja lançar nos próximos meses linhas de produtos para todos os gostos. Os planos incluem cosméticos femininos e itens veterinários – entre outros produtos. Em entrevista a Veja Rio no último dia 31, o sócio-fundador Thiago Reis falou sobre essas e outras metas, o mercado carioca de barbearias e os segredos do sucesso da rede.
Confira os melhores momentos do bate-papo:
Como surgiu a Barbearia do Zé?
Eu e o meu sócio Hugo Paiva tivemos a ideia durante uma aula de marketing há 12 anos. Quando decidimos tirá-la do papel em 2013, passamos dois anos estudando. Cheguei a fazer um MBA só para isso. O ponto de virada foi a escolha do nome, que homenageia o meu avô. Usamos traços da sua personalidade para dar forma ao negócio. O seu Zé fazia questão de tomar um chopp por dia com os amigos para conversar. Para trazer isso para a loja, passamos a oferecer um chopp de graça aos clientes. O seu Zé foi treinador de boxe em Ramos e torcedor do Fluminense. Por isso, nós inspiramos a logo no escudo do time e sempre reforçamos nossa relação com esporte. A primeira unidade abriu no Imperator em 2015. O plano era criar a segunda só depois de 2 anos. Porém, 2 meses depois, já havia pessoas interessadas em abrir filiais. Terminamos abrindo o segundo espaço, na Ilha, em janeiro de 2016.
Qual é a principal fonte de receita da rede hoje?
Nosso carro-chefe é o corte de cabelo. E creio que sempre será, por não ser algo supérfluo, como fazer a barba e outros serviços que oferecemos. Porém, nosso negócio se baseia no tripé entretenimento-serviço-produtos. A presença em eventos corporativos, de carros antigos, de pôquer, de sinuca, degustação de cervejas e outras iniciativas compõe a base de entretenimento. Depilação, estúdio de tatuagem, podóloga e outros tratamentos formam o segmento de serviços. E a venda de cervejas, produtos para barba, cortes nobres de carne, uísque e tudo mais que possa interessar ao nosso cliente representa a área de produtos. Temos um público formado por homens de todas as classes e preços que variam de acordo com a região da unidade. Até o fim do ano, nossa expectativa é de termos atendido quase 20 mil clientes e termos um faturamento na casa dos R$ 10 milhões.
Como você enxerga o mercado das barbearias atualmente?
Ao lado das hamburguerias e das academias de crossfit, as barbearias são uma das febres hoje na área de empreendedorismo. Só que o hambúrguer não é algo da nossa cultura. E eu vejo o crossfit como uma moda passageira. Mas ir à barbearia é um cuidado essencial. Logo, só vai se destacar nesse mercado quem tiver a maior qualidade. O negócio não é tão rentável como se imagina. Só o meu investimento por loja hoje oscila entre R$ 250 mil e R$ 700 mil, de acordo com os serviços que eu vou oferecer na unidade. Além disso, a briga por profissionais no setor é intensa. Você não faz ideia das propostas que meus barbeiros recebem por celular! Por conta dessas coisas, muitas lojas não aguentam muito tempo. Só na Tijuca, já vi sete barbearias quebrarem nos últimos dois anos.
Quais são os planos da rede para o futuro?
Há 7 meses, abrimos um centro para formação e reciclagem de barbeiros. Vamos atender 300 profissionais por ano nesse local, que eu quero que seja o coração do nosso sistema e o espaço do tipo mais reconhecido do Brasil. Os alunos recebem lições de empreendedorismo, coaching, finanças pessoais, química e corte de cabelo afro – entre outros. Nas turmas, temos pessoas que trabalharam no mercado do petróleo e alunos do sexto período de direito. Além disso, vamos abrir uma loja em Vista Alegre até outubro e outra na Avenida Olegário Maciel, na Barra, até o Natal. Ainda planejamos outras novidades nos próximos meses, como a linha de cosméticos masculinos Zé Bunitinho e a de produtos femininos Maria. Também queremos criar o Zezinho, um espaço voltado para crianças nas lojas, e a BZ Dog, com produtos e serviços para cães.
Por: Saulo Pereira Guimarães
Fonte: www.vejario.abril.com.br
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